sexta-feira, 18 de novembro de 2016

SORTE

Não posso me culpar
Por ter mãos pequenas -
Mãos pequenas
Que não movem astros.

Inútil querer abraçar toda a vida
Haverá sempre algo a escapar por entre os dedos
Enquanto o coração puder falhar
Repentinamente.

Assisto, então
Curioso e encantado
Os movimentos da pluma
Solta ao vento:
Uma dança quase imprevisível
Se não terminasse sempre no chão.

O que hei de fazer comigo?

O destino
Deixo
Para o desleixo
Do acaso.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

O FAROL

Encontrei-me atraído
Pelo calor de uma luz acolhedora.
Mas não a possuo
Não posso possuí-la
Porque não a penetro.

Na escuridão da noite
De todos os cais
A lua contemplada
Como uma incógnita.
Permaneço ancorado
E à deriva.

Para onde ir?
Sou uma mariposa
Na confusão persistente
De chocar-se contra seu corpo
Fechado e nu.