Preencho a ausência com a forma
Manipulo a matéria, transformo
Dou volume e dimensão
Sou um escultor.
Com o movimento involuntário dos dedos
Cinzelo, moldo, talho e fundo
A qualquer distância
As obras mais fantásticas que o mundo jamais viu
Desde a fisionomia maléfica no tronco das árvores
À fauna transitória de nuvens...
O que são os sonhos, afinal
Senão esculturas?
E eu esculpo até enquanto durmo
Monumentos, catedrais, cidades inteiras
Pessoas durante o passeio
Um corpo colado ao meu
Encarnado num travesseiro extra...