segunda-feira, 6 de maio de 2019

O OBSERVADOR DE AVES

Cortou o ar numa longa linha horizontal,
até sumir, adiante, entre o ramo das árvores altas.

Sei que não era um pombo,
porque já vi um pombo antes
e aquela ave em nada se parecia com um pombo.
Sei também que nao era um pato,
não era um pelicano, nem uma garça, tampouco um urubu.
Talvez tenha sido um gavião, ou uma águia...

Nao sei... Não posso dizer com certeza,
nao tive tempo de ver-lhe detalhes!

...Que bom.

Adiante, além das árvores altas,
deixei a ave me escapar,
para ir se acolher no Reino Encantado do Desconhecido,
onde encontram-se reunidas,
salvaguardadas perante minha ignorância,
todas as outras coisas que ainda não me alcançaram a ciência...

Deixa-a estar, assim -
Ave Ignota -
lembrança breve de um vulto tomado por asas,
você foi todas as aves que nunca vi.