sexta-feira, 13 de maio de 2022

Póstumo

Talvez fui eu quem morreu aquele dia
Quando levaste consigo as memórias que tinhas de mim.
E eram elas tão fortes, tão tuas
Que eu não podia ser senão nelas.

O que ficou, agora é eco.
Resíduo de consciência escapado de última hora
Voejando dentro de um corpo vago
Repetindo-se nos cantos dos espaços ocos...

Saudades... de quem?

Emprestamo-nos um ao outro
E foste embora
Sem me devolver.

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