O tempo parece parado para a próxima hora
E na próxima temporada, já disseram, ela vai ter asas de borboleta...
A bailarina deita no chão de pernas pro alto
A ponta dos pés descalços percorrem o ar
Em uma dança livre de regras, mas não de dor.
A bailarina comprou giz de cera colorido para colorir
Mas diante da folha em branco só conseguiu imaginar
O que não poderia um artista hábil fazer com tantas cores...
Ela então guardou os gizes com muito cuidado
Como se guardasse uma criatura delicada
Que poderia um dia se metamorfosear.
A bailarina, retida, encolheu-se. E dormiu.
Porque dormindo o tempo deixava de existir pra ser só uma casca.
E uma casca de sono espessa a envolveu rapidamente por mil anos...
Lá dentro - dentro do sonho
Sua única ânsia era saber
Que cores teriam suas asas.
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