sexta-feira, 27 de agosto de 2021

NA SACADA

Era noite de clima agradável
De tempestade sem nuvem
De silêncio em música alta.
Eu, deitado com a cabeça apoiada nas suas coxas
Tentava te enxergar por outro ângulo
(De baixo pra cima):
Seu rosto destacado no abismo fusco
Olhos a anos luz de distância...

Hora perfeita pra te arrancar um sorriso
Mencionar a lua
Que era cheia e cintilante
E figurava no topo da sua cabeça como um adorno que prende ao cabelo...

Mas não disse nada.
(Esqueci antes que pudesse dizê-lo.)

Luas, satélites, discos voadores
O corpo celeste que fosse 
Era ordinário, invisível, (não era nada).
Até os anjos (os gatos) deslustraram-se...
    Todos eram meros figurantes
    Na sacada onde você fulgurava.

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